Sabe aquelas reportagens de jornais que divulgam os problemas da saúde pública? O que dizer? Saiba, que na verdade, aquilo não é nada, comparado à realidade do nosso sistema de saúde. Para as doces e inocentes criaturas que estão lendo isso, jornais de emissoras famosas (sim, esses que você está acostumado a ver ou a escutar, quando papai assiste) reservam poucos minutos de seu valiosíssimo tempo, para mostrar problemas como este.
Já perceberam o grande foco que a imprensa dá para desastres naturais, como terremotos, tornados e furacões , e o pouco tempo que reservam a problemas como saúde pública, má administração política e etc? A resposta: os desastres naturais não têm culpados diretos. Não dá para apontar alguém e dizer: aquele ali é o responsável pelo terremoto do Haiti. Redes de televisão, são compradas, para divulgar apenas o essencial. Elas vendem o produto delas. E acusam, apenas até certo ponto.
Bom, mas voltando ao título do post. Se você tem convênio médico (bom) e nunca precisou frequentar um hospital da rede pública, levante as mãos ao céu e agradeça a Deus. Mas quando puder, entre em um desses postos de atendimento. Nem que seja um pronto socorro municipal. A realidade é cruel. Primeiro, você chega a um balcão de recepção, onde uma mulher de mau humor, te atende de qualquer jeito. Ela faz sua ficha e te manda aguardar em outra sala. Na mesma, você se depara com incríveis dois médicos e uma sala de espera com mais de cinquenta pessoas. A maioria: crianças e idosos. Em seguida, você aguarda pouquíssimas duas horas, até ser atendido. O médico, sábio e experiênte, olha sua ficha e diz: o que você está sentindo?
Você, obviamente enfermo, descreve os sintomas. O médico te escuta pacientemente, fazendo sinais positivos com a cabeça. Te pergunta coisas como 'teve febre?' ou 'está tossindo muito?' quando raramente, escuta seus batimentos cardíacos, mede sua pressão e sua temperatura. Então, ele senta em sua merecida mesa, dizendo: 'quero que faça um raio-x do pulmão e volte'. Você sai da sala, e aguarda em outra, mais deserta. Espera por quinze minutos, e descobre que o único radiologista, está em horário de almoço (ou jantar). E aguarda sua uma hora.
Ele, muito satisfeito, lhe atende rapidamente, e lhe entrega os resultados. Você então, volta a sala de espera, que agora já tem cem pessoas (inclusive algumas que você viu chegando na mesma hora que você) e aguarda mais uma hora e meia, afinal o retorno é mais rápido. O médico avalia os resultados e diz, concentrado em anotações: 'você tem uma virose'. Te escreve uma receita, e lhe encaminha para a fantástica sala de medicação, onde você deve tomar na veia, aquela velha e companheira dipirona ou, quem sabe uma injeção potente. Isso tudo com uma incrível comunicação telepática, em que o doutor nem precisa lhe olhar nos olhos! Você sai do consultório, e vê uma pessoa vindo em cadeira de rodas, se contorcendo e chorando em dor. O que passa em sua cabeça: 'ele vai ser atendido com prioridade'. E é claro que vai. Ele só aguardará quarenta minutos.
Enquanto isso, você se senta em frente à sala de medicação, onde pelo menos vinte daqueles que você encontrou a umas quatro horas atrás, estão aguardando para serem medicados. Duas horas depois (ou mais), você é chamado, onde duas brilhantes enfermeiras (com roupas normais) estão atendendo alegremente. Conversando sobre como a Luciana beijou o Miguel, no capítulo anterior da novela das oito. Rindo de piadas, enquanto você e quem está ali, morrem de dor. Então, competentemente, uma delas pega seu braço, fura sua veia e... opa, escapou! Lugar errado, tentemos de novo. E ela fura outra vez, sem sucesso. É aí, que resolve partir para o outro braço. Finalmente bem sucedida, ela lhe aplica a medicação, lhe autorizando para ir embora em seguida. Mais de seis horas depois, de entrar no hospital, você sai, passa em uma farmácia, compra o remédio e vai para casa. Um ou dois dias depois, são suficientes, para que perceba que ao invés de melhorar, seus sintomas se agravaram, e você resolve voltar no mesmo lugar. Depois de procedimentos iguais, ou piores, descobre-se a incrível doença chamada pneumonia, e você tem que ficar internado. Dois dias, são o suficiente para que sua virose simples, se transforme em uma pneumonia profunda, interessante e desconhecida. O processo de internação? Bom, não há. Porque o hospital não dispõe de vagas. Apenas vá para casa, tome um antibiótico, injeções, e tudo ficará bem. Ou fique no corredor, deitado no chão, com um soro na veia. Enquanto isso... sabe aquelas autoridades políticas em que você votou a dois, três anos? Eles estão no Caribe! Comprando pinacoladas com o dinheiro que você os deu, para ter uma saúde pública descente.
É, meus amigos. Um post longo, e me dá tristeza em saber, que muitos não leram. Mas é assim. Enquanto eu, aprendiz de jornalista tento abrir os olhos de algúns, outros preferem ler blogs, digamos mais... interessantes. Ou, quem sabe, descobrir quem são os novos Colírios da Capricho :)
Já perceberam o grande foco que a imprensa dá para desastres naturais, como terremotos, tornados e furacões , e o pouco tempo que reservam a problemas como saúde pública, má administração política e etc? A resposta: os desastres naturais não têm culpados diretos. Não dá para apontar alguém e dizer: aquele ali é o responsável pelo terremoto do Haiti. Redes de televisão, são compradas, para divulgar apenas o essencial. Elas vendem o produto delas. E acusam, apenas até certo ponto.
Bom, mas voltando ao título do post. Se você tem convênio médico (bom) e nunca precisou frequentar um hospital da rede pública, levante as mãos ao céu e agradeça a Deus. Mas quando puder, entre em um desses postos de atendimento. Nem que seja um pronto socorro municipal. A realidade é cruel. Primeiro, você chega a um balcão de recepção, onde uma mulher de mau humor, te atende de qualquer jeito. Ela faz sua ficha e te manda aguardar em outra sala. Na mesma, você se depara com incríveis dois médicos e uma sala de espera com mais de cinquenta pessoas. A maioria: crianças e idosos. Em seguida, você aguarda pouquíssimas duas horas, até ser atendido. O médico, sábio e experiênte, olha sua ficha e diz: o que você está sentindo?
Você, obviamente enfermo, descreve os sintomas. O médico te escuta pacientemente, fazendo sinais positivos com a cabeça. Te pergunta coisas como 'teve febre?' ou 'está tossindo muito?' quando raramente, escuta seus batimentos cardíacos, mede sua pressão e sua temperatura. Então, ele senta em sua merecida mesa, dizendo: 'quero que faça um raio-x do pulmão e volte'. Você sai da sala, e aguarda em outra, mais deserta. Espera por quinze minutos, e descobre que o único radiologista, está em horário de almoço (ou jantar). E aguarda sua uma hora.
Ele, muito satisfeito, lhe atende rapidamente, e lhe entrega os resultados. Você então, volta a sala de espera, que agora já tem cem pessoas (inclusive algumas que você viu chegando na mesma hora que você) e aguarda mais uma hora e meia, afinal o retorno é mais rápido. O médico avalia os resultados e diz, concentrado em anotações: 'você tem uma virose'. Te escreve uma receita, e lhe encaminha para a fantástica sala de medicação, onde você deve tomar na veia, aquela velha e companheira dipirona ou, quem sabe uma injeção potente. Isso tudo com uma incrível comunicação telepática, em que o doutor nem precisa lhe olhar nos olhos! Você sai do consultório, e vê uma pessoa vindo em cadeira de rodas, se contorcendo e chorando em dor. O que passa em sua cabeça: 'ele vai ser atendido com prioridade'. E é claro que vai. Ele só aguardará quarenta minutos.
Enquanto isso, você se senta em frente à sala de medicação, onde pelo menos vinte daqueles que você encontrou a umas quatro horas atrás, estão aguardando para serem medicados. Duas horas depois (ou mais), você é chamado, onde duas brilhantes enfermeiras (com roupas normais) estão atendendo alegremente. Conversando sobre como a Luciana beijou o Miguel, no capítulo anterior da novela das oito. Rindo de piadas, enquanto você e quem está ali, morrem de dor. Então, competentemente, uma delas pega seu braço, fura sua veia e... opa, escapou! Lugar errado, tentemos de novo. E ela fura outra vez, sem sucesso. É aí, que resolve partir para o outro braço. Finalmente bem sucedida, ela lhe aplica a medicação, lhe autorizando para ir embora em seguida. Mais de seis horas depois, de entrar no hospital, você sai, passa em uma farmácia, compra o remédio e vai para casa. Um ou dois dias depois, são suficientes, para que perceba que ao invés de melhorar, seus sintomas se agravaram, e você resolve voltar no mesmo lugar. Depois de procedimentos iguais, ou piores, descobre-se a incrível doença chamada pneumonia, e você tem que ficar internado. Dois dias, são o suficiente para que sua virose simples, se transforme em uma pneumonia profunda, interessante e desconhecida. O processo de internação? Bom, não há. Porque o hospital não dispõe de vagas. Apenas vá para casa, tome um antibiótico, injeções, e tudo ficará bem. Ou fique no corredor, deitado no chão, com um soro na veia. Enquanto isso... sabe aquelas autoridades políticas em que você votou a dois, três anos? Eles estão no Caribe! Comprando pinacoladas com o dinheiro que você os deu, para ter uma saúde pública descente.
É, meus amigos. Um post longo, e me dá tristeza em saber, que muitos não leram. Mas é assim. Enquanto eu, aprendiz de jornalista tento abrir os olhos de algúns, outros preferem ler blogs, digamos mais... interessantes. Ou, quem sabe, descobrir quem são os novos Colírios da Capricho :)
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